Hoje mal acordei fui tirar análises para confirmar os meus níveis de Encalhanço. Fiquei satisfeito ao receber os resultados quase instantâneos. Continuam altos. À saída a médica da clínica deu-me os parabéns e desejou-me um bom dia do Encalhado. Retribuí com dois pinotes por cima da secretária e voei pela janela da sala de espera. Na rua o sol sorria e fazia festas a um cão vadio. O meu bigode sentiu ciúmes e tive de lhe por a trela, bem apertada como ele gosta. Segui rua acima até à pastelaria. À porta um sinal vermelho proibia casais de entrar de mãos dadas. Achei que este tipo de descriminação é desnecessária, mas afinal é só um dia por ano, eles que se aguentem.
Segui para casa e pelo caminho reparo que um vaso de amores-perfeitos se escondia inibido atrás das cortinas da casa de uma reformada da Carris. Escolheram-lhes mal o nome.
O ar rarefeito misturava-se com os gases acabados de soltar pelo respiradouro do lar de terceira idade. Lá dentro os velhos festejavam com espumante tinto muito bruto. Afinal eram quase 8 da manhã.
Entrei no carro e reparei que no cruzamento entre a Rua da Alergia e a Praça das Algálias o polícia Sinaleiro comia batatas fritas em vez de coordenar o trânsito. Resolvi para e perguntar se estava tudo bem. Ele sorriu e perguntou se eu era encalhado. Respondi afirmativamente e ele deu-me uma medalha imediatamente. Ganhou balanço e desatou a multar gente com o dedo anelar marcado.
Segui para o emprego para descobrir que um incêndio destruíra a rua durante a noite. O dia preparava-se para ser perfeito. Afinal daqui a uma horas o Zé do Ferro, o mais famoso restaurante na freguesia dos Prazeres, prepara-se para receber o Núcleo de Encalhados de Lisboa, Sul, Oriente e Norte (a sigla é óbvia). Que mais posso eu pedir?
Tolan, o menino da Mamã.
Segui para casa e pelo caminho reparo que um vaso de amores-perfeitos se escondia inibido atrás das cortinas da casa de uma reformada da Carris. Escolheram-lhes mal o nome.
O ar rarefeito misturava-se com os gases acabados de soltar pelo respiradouro do lar de terceira idade. Lá dentro os velhos festejavam com espumante tinto muito bruto. Afinal eram quase 8 da manhã.
Entrei no carro e reparei que no cruzamento entre a Rua da Alergia e a Praça das Algálias o polícia Sinaleiro comia batatas fritas em vez de coordenar o trânsito. Resolvi para e perguntar se estava tudo bem. Ele sorriu e perguntou se eu era encalhado. Respondi afirmativamente e ele deu-me uma medalha imediatamente. Ganhou balanço e desatou a multar gente com o dedo anelar marcado.
Segui para o emprego para descobrir que um incêndio destruíra a rua durante a noite. O dia preparava-se para ser perfeito. Afinal daqui a uma horas o Zé do Ferro, o mais famoso restaurante na freguesia dos Prazeres, prepara-se para receber o Núcleo de Encalhados de Lisboa, Sul, Oriente e Norte (a sigla é óbvia). Que mais posso eu pedir?
Tolan, o menino da Mamã.