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Segui para casa e pelo caminho reparo que um vaso de amores-perfeitos se escondia inibido atrás das cortinas da casa de uma reformada da Carris. Escolheram-lhes mal o nome.
O ar rarefeito misturava-se com os gases acabados de soltar pelo respiradouro do lar de terceira idade. Lá dentro os velhos festejavam com espumante tinto muito bruto. Afinal eram quase 8 da manhã.
Entrei no carro e reparei que no cruzamento entre a Rua da Alergia e a Praça das Algálias o polícia Sinaleiro comia batatas fritas em vez de coordenar o trânsito. Resolvi para e perguntar se estava tudo bem. Ele sorriu e perguntou se eu era encalhado. Respondi afirmativamente e ele deu-me uma medalha imediatamente. Ganhou balanço e desatou a multar gente com o dedo anelar marcado.
Segui para o emprego para descobrir que um incêndio destruíra a rua durante a noite. O dia preparava-se para ser perfeito. Afinal daqui a uma horas o Zé do Ferro, o mais famoso restaurante na freguesia dos Prazeres, prepara-se para receber o Núcleo de Encalhados de Lisboa, Sul, Oriente e Norte (a sigla é óbvia). Que mais posso eu pedir?
Tolan, o menino da Mamã.