ENCALHADOS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!
Amor, carinho, paixão, sexo, fidelidade, segurança, reprodução, partilha, afecto, herança, namoro, noivado, casamento, são alguns dos objectivos atribuídos à partida pela sociedade a cada um dos habitantes do planeta. Inconformados com as barreiras da civilização, os encalhados não estão alinhados.
Nós sabemos que há gente para tudo neste mundo. Há quem goste de tiro aos pratos, há quem adore pescar no Tejo, há quem viva para coleccionar cartões de telefone e há até pessoal que gosta de futebol. O mundo é vasto e com tanta gente a querer ter ideias e ser original, acabamos por ter muito por onde escolher quando falamos da bizarria humana. Entretanto há pessoal a achar graça a ideias parvas, a cretinice faz escola, as religiões acolhem de formas mais ou menos interessante toda e qualquer asneira que um gajo mais esperto e bem sucedido numa época acha bem. Depois quem está mal são os outros. Neste caso nós, os encalhados.
Ser encalhado não se ensina nem se aprende, ou se é ou não é. Ser encalhado é uma tão estranha forma de vida, que até se pode ser sem saber, pensando que não se é, mas no fundo sendo. Numa conjuntura deste género há que lutar pelos nossos direitos e contra uma constante discriminação. Quantas vezes não se foi seleccionado para um fim de semana num turismo rural porque a promoção é apenas para casais? Quantas vezes se é esquecido em casa porque os amigos saem aos pares e não querem "velas" no grupo? Quantas vezes mais é preciso levar com essiemiésses das operadoras por causa do dia do tal Valentim. E quem é esse tal Valentim? Eu fiz a catequese quase toda e nunca ouvi falar dele!
Assim, para dar voz a esta constante discriminação o Movimento dos Encalhados surgiu, quase instantaneamente no dia 14 de Fevereiro de 2005. Já tinha acontecido alguns amigos se juntaram neste dia por serem os únicos que não estavam num hotel qualquer ou num jantar romântico à beira mar com os seus amores. Pensava-se na altura que o problema era estar temporariamente só por essa altura. O pessoal ria-se e quase se desculpava com bocas do tipo, "olha pelo menos poupa-se o guito da prenda, hehehe". A consciência ainda despertava devagar.
De repente no ano passado, de um jantar inocente conjuga-se um colectivo tal que no tempo do Salazar rapidamente seria reprimido. Esse mesmo grupo de pessoas baptiza o jantar, cria um hino e sai para as ruas na primeira manifestação encalhada da história universal. Dessa noite saiu a vontade de aprofundar as nossas intenções e levar mais a sério o protesto.
Apenas um ano passou já foi enviada uma petição para a UNESCO requerendo que o dia 14 de Fevereiro passe a ser o Dia Universal do Encalhado, abolindo o dia dos namorados, S. Valentim ou o que lhe quiserem chamar. Um jantar transformado em Ritual Anual dos Encalhados concretizou-se simultaneamente em Lisboa e no Porto. Com a ajuda da mais recente tecnologia encalhada, os dois grupos trocaram mensagens de voz e imagem e permaneceram activos até às 7 da manhã. O hino, aqui presente no cabeçalho do blog, foi aceite pela Guarda Nacional Republicana, pelo Clube de Ténis de Ponte de Sôr e pela Associação Nacional de Produtores de Cotonetes Coloridas.
O mundo gira e muda a cada momento que passa. O que hoje é azul amanhã pode ser castanho, o que hoje é certo amanhã pode ser analisado pelo Luís Delgado e ser facilmente compreensível face aos dias que correm.
Ser encalhado é trazer até nós a tradição esquecida dos verdadeiros pais da nossa civilização, é apagar os vícios de uma sociedade vestida a rigor para a hipocrisia e desonestidade, é começar o mundo novo que nem nos ousaram prometer, pois não faziam ideia do que era bom.
E com o mesmo mote seguiremos em frente, por um futuro novo e bestial, pá!
Encalhados de todo o mundo, uni-vos!
Amor, carinho, paixão, sexo, fidelidade, segurança, reprodução, partilha, afecto, herança, namoro, noivado, casamento, são alguns dos objectivos atribuídos à partida pela sociedade a cada um dos habitantes do planeta. Inconformados com as barreiras da civilização, os encalhados não estão alinhados.
Nós sabemos que há gente para tudo neste mundo. Há quem goste de tiro aos pratos, há quem adore pescar no Tejo, há quem viva para coleccionar cartões de telefone e há até pessoal que gosta de futebol. O mundo é vasto e com tanta gente a querer ter ideias e ser original, acabamos por ter muito por onde escolher quando falamos da bizarria humana. Entretanto há pessoal a achar graça a ideias parvas, a cretinice faz escola, as religiões acolhem de formas mais ou menos interessante toda e qualquer asneira que um gajo mais esperto e bem sucedido numa época acha bem. Depois quem está mal são os outros. Neste caso nós, os encalhados.
Ser encalhado não se ensina nem se aprende, ou se é ou não é. Ser encalhado é uma tão estranha forma de vida, que até se pode ser sem saber, pensando que não se é, mas no fundo sendo. Numa conjuntura deste género há que lutar pelos nossos direitos e contra uma constante discriminação. Quantas vezes não se foi seleccionado para um fim de semana num turismo rural porque a promoção é apenas para casais? Quantas vezes se é esquecido em casa porque os amigos saem aos pares e não querem "velas" no grupo? Quantas vezes mais é preciso levar com essiemiésses das operadoras por causa do dia do tal Valentim. E quem é esse tal Valentim? Eu fiz a catequese quase toda e nunca ouvi falar dele!
Assim, para dar voz a esta constante discriminação o Movimento dos Encalhados surgiu, quase instantaneamente no dia 14 de Fevereiro de 2005. Já tinha acontecido alguns amigos se juntaram neste dia por serem os únicos que não estavam num hotel qualquer ou num jantar romântico à beira mar com os seus amores. Pensava-se na altura que o problema era estar temporariamente só por essa altura. O pessoal ria-se e quase se desculpava com bocas do tipo, "olha pelo menos poupa-se o guito da prenda, hehehe". A consciência ainda despertava devagar.
De repente no ano passado, de um jantar inocente conjuga-se um colectivo tal que no tempo do Salazar rapidamente seria reprimido. Esse mesmo grupo de pessoas baptiza o jantar, cria um hino e sai para as ruas na primeira manifestação encalhada da história universal. Dessa noite saiu a vontade de aprofundar as nossas intenções e levar mais a sério o protesto.
Apenas um ano passou já foi enviada uma petição para a UNESCO requerendo que o dia 14 de Fevereiro passe a ser o Dia Universal do Encalhado, abolindo o dia dos namorados, S. Valentim ou o que lhe quiserem chamar. Um jantar transformado em Ritual Anual dos Encalhados concretizou-se simultaneamente em Lisboa e no Porto. Com a ajuda da mais recente tecnologia encalhada, os dois grupos trocaram mensagens de voz e imagem e permaneceram activos até às 7 da manhã. O hino, aqui presente no cabeçalho do blog, foi aceite pela Guarda Nacional Republicana, pelo Clube de Ténis de Ponte de Sôr e pela Associação Nacional de Produtores de Cotonetes Coloridas.
O mundo gira e muda a cada momento que passa. O que hoje é azul amanhã pode ser castanho, o que hoje é certo amanhã pode ser analisado pelo Luís Delgado e ser facilmente compreensível face aos dias que correm.
Ser encalhado é trazer até nós a tradição esquecida dos verdadeiros pais da nossa civilização, é apagar os vícios de uma sociedade vestida a rigor para a hipocrisia e desonestidade, é começar o mundo novo que nem nos ousaram prometer, pois não faziam ideia do que era bom.
E com o mesmo mote seguiremos em frente, por um futuro novo e bestial, pá!
Encalhados de todo o mundo, uni-vos!